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08 jun

Jogo difícil, vitória importante: América-MG cumpre seu papel

Enfrentar o Ceará, outro candidato ao acesso, é sempre difícil. Encarar o América, também.

Por isso o jogo foi disputado até o final, mesmo o adversário não tendo finalizado tanto e com tanto perigo como nós.

Apesar da expulsão de Zé Ricardo (falaremos dela mais à frente), conseguimos proteger bem a defesa e saímos com três pontos que não valeram apenas três. Vencer o Ceará era muito importante, não só por ser um confronto direto, mas pelo momento.

Mais um tropeço em casa até deixaria o América perto do rebaixamento, mas não só isso. Aumentaria demais a pressão sobre Enderson Moreira, ainda mais numa derrota para Givanildo, como se isso definisse qual treinador é melhor.

A saída de Felipe Amorim

Luan substituiu o improdutivo e não foi bem tecnicamente, não dando sequência em alguns lances ofensivos. Na hora de marcar, o jogador do Palmeiras também dava muito espaço e não conseguia se entender com Norberto, por onde o Ceará fazia tabelas e avançava.

Parecia o Felipe Amorim. Mas eis a diferença…

Aos 36 minutos, ele estava bem posicionado para balançar as redes de cabeça e ser decisivo, algo que Amorim não é e dificilmente será até o fim da carreira. Não seria nenhum absurdo Luan começar no banco e ter Hugo Cabral de titular, mas o contrário também não assusta.

O desempenho de Enderson

Ótimo momento para Enderson Moreira acertar tudo nas substituições. Com a expulsão, é óbvio que ele precisava tirar Bill, pois íamos para o contra-ataque e ele não tem velocidade. Colocar Rafael Jataí era a melhor opção naquele momento, pois precisávamos de um volante mais marcador.

A saída de Ruy também foi providencial. Provavelmente ele estava cansado, mas não foi bem no jogo e Enderson Moreira precisava proteger o lado direito. Luan não é bom na marcação e estava justamente ali, bem mais cansado. Com Christian, o lateral adversário encontrou mais dificuldade para desenvolver os lances e Luan ficou centralizado.

Por fim, ele fez a substituição mais óbvia, mas não menos acertada. A entrada de Hugo Cabral era exatamente para nos manter no contra-ataque – Givanildo tiraria todos os atacantes e colocaria o time lá dentro da área. Ele não conseguiu matar o jogo, mas desafogou a defesa em alguns momentos, dando um respiro.

A expulsão de Zé Ricardo

O primeiro cartão amarelo foi injusto, até porque nosso volante da base não fez muitas faltas anteriores a essa, como o árbitro justificou. Porém, se Zé Ricardo tem amarelo, não pode colocar a mão na bola ainda no campo de ataque, num lance aparentemente sem importância. Faltou experiência ao garoto, mas faz parte do aprendizado. Que ele guarde essa lição.

Hugo Cabral

Não se sabe o que Enderson Moreira disse a Hugo Cabral antes de sua entrada, mas o principal objetivo do atacante nem era matar o jogo. Se desse, ótimo. No mínimo, Cabral tinha que fazer o tempo passar. Em dois lances, ele fez o oposto: foi individualista a ponto de querer ser o homem do jogo ao decretar a vitória.

Quando encarou dois adversários, Hugo deveria ter vindo para a linha de fundo, já que a marcação havia dobrado e estava mais difícil. Quando pôde finalizar nem tanto para fazer o gol, mas para conseguir um escanteio, por exemplo, Hugo deu um drible a mais e perdeu a bola. Jogador tem que jogar pela equipe, não para si mesmo. Vale um toque do treinador.

Mais pitacos

– Bill não pode continuar perdendo tantos gols fáceis, tem que acertar o alvo. Parece que está lento demais para tomar a decisão. Ruy também não pode perder gols como aqueles, o América poderia ter ido para o intervalo com 2 a 0 no mínimo. Dá mais tranquilidade.

– O cruzamento de Rafael Lima para o gol de Luan foi totalmente consciente. Ele queria mandar a bola ali e foi isso que fez. Ótimo termos um zagueiro com qualidade técnica – já sabíamos disso, claro. Willian fez uma boa estreia, cumprindo seu papel de ficar mais na marcação e proteger a defesa.

– A torcida do América teve papel importante no jogo. Não porque empurrou o time, faltou isso de toda a torcida, não só das organizadas. Num lance, o árbitro não daria amarelo a um jogador do Ceará, mas a torcida chiou tanto que ele puniu o adversário. É isso que falo há bastante tempo: torcida não ganha jogo, mas ajuda. Se cada americano tivesse consciência de sua importância nas arquibancadas e fosse ao jogo independentemente do momento do time, o América faria mais pressão no árbitro e nos adversários. Os nossos jogadores também se aproveitariam da força da torcida. Se você não costuma ir, é bom começar a mudar de ideia, pois precisamos dos seus pulmões e da sua garganta, nem que seja apenas para encher o saco da arbitragem.

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