Blog do Esporte
26 out

Flamengo derrota o Fluminense pela Sul-Americana

Everton marcou o único gol da partida, no Maracanã

Um tempo de predomínio para cada lado: entre a imposição técnica do Flamengo na primeira etapa e a coragem tricolor na segunda. No entanto, a primeira parte do jogo, que exibiu o melhor Flamengo da passagem de Reinaldo Rueda no comando, determinou o resultado final: o 1 a 0 que dá ao rubro-negro a vantagem do empate no jogo de volta na próxima quarta-feira, para chegar à semifinal da Copa Sul-Americana.

A manutenção da regra do gol fora de casa como critério de desempate, mesmo em dois jogos num mesmo estádio, cria momentos quase surreais. Como o Flamengo celebrar um “gol de visitante” no Maracanã. O fato é que não será por este critério que o rubro-negro poderá se classificar: empate ou vitória o fazem avançar. Já o Fluminense joga por um triunfo por dois gols de diferença ou uma vitória por vantagem mínima, mesmo que marque ao menos duas vezes. E, neste caso sim, vai tirar partido do fato de ser “visitante” no segundo jogo.

O Flamengo do primeiro tempo, em especial nos 30 minutos iniciais, chamou atenção pela forma como controlou o jogo a partir da posse de bola e pela forma como usou a posse para abrir espaços. Não chegou a haver um massacre de finalizações, mas quando Éverton encontrou o gol, aos 26 minutos, o lance coroava um claro domínio técnico e tático.

Rueda fazia Éverton Ribeiro, que iniciava as jogadas pela direita, funcionar muitas vezes como um segundo meia, junto a Diego. Algo raro nas outras experiências com os dois juntos, os mais técnicos jogadores do Flamengo dialogavam mais, não atuavam tão distantes. O rubro-negro ocupava mais a entrada da área tricolor, criava opções de passe com Éverton e as infiltrações de Willian Arão. Mas o fundamental era que expunha um problema do rival

Abel Braga iniciou o jogo com Richard como primeiro volante e Orejuela mais à frente, próximo a Sornoza, quase num 4-1-4-1. A movimentação de Éverton Ribeiro para o centro sobrecarregava Richard. A primeira chance do Flamengo veio do rebote de uma cobrança de falta, que terminou em cabeçada de Réver. Depois, Diego e Arão tabelaram até a defesa tricolor salvar. E, pela direita, Éverton Ribeiro achou Willian Arão, que chutou para Diego Cavalieri dar o rebote para Éverton marcar.

No lance, aliás, Arão mostrou que controlar os tempos é vital em futebol. Habituado a, por vezes, iniciar as jogadas já aprofundado entre os defensores rivais, desta vez penetrou no momento certo, como real opção de passe.

Imediatamente após o gol, Abel pediu a Orejuela que fizesse companhia a Richard, passando a ter dois volantes alinhados. Criou um bloqueio melhor pelo centro, mas o Fluminense, a partir daí, tinha outro problema: precisava construir. Era algo custoso, porque Scarpa, que também iniciava as jogadas pela direita, não conseguia achar os espaços que Éverton Ribeiro encontrava. Coube a Marcos Júnior dar belo passe para Henrique Dourado parar em Diego Alves, na melhor chance tricolor.

O lado direito passara a ser o setor por onde o Flamengo buscava criar. Por vezes com Diego caindo pelo setor, por vezes com Arão ou Cuéllar. Uma tabela pelo lado fez Pará cruzar para Paquetá falhar.

Se optara por ser mais cauteloso na proposta inicial de jogo, Abel Braga tem a coragem como marca neste Fluminense: coragem para conduzir um time tão jovem, com todos os riscos aí embutidos, e coragem para ir mandando o time à frente em momentos adversos. No segundo tempo, começou liberando os laterais, depois lançou Wendel e foi terminar o jogo com Scarpa na lateral esquerda e três atacantes à frente.

A marcação mais adiantada prejudicou a saída de bola do Flamengo. E houve chances bem nítidas para mudar o resultado. Como o chute de Marcos Júnior na trave ou até a jogada individual de Wellington Silva nos acréscimos. O jogo passou a se desenrolar no campo do Flamengo.

Juan até teve a chance de ampliar, em cabeçada na trave, mas Reinaldo Rueda fez opções que o afastaram o time da área adversária. Preferiu marcar atrás e contragolpear, mas perdeu velocidade com as mudanças. Seja a saída de Everton para a entrada de Márcio Araújo, seja a entrada de Vizeu. Mesmo assim, resistiu à pressão final.

FICHA DO JOGO: FLUMINENSE 0 X 1 FLAMENGO

Fluminense: Diego Cavalieri, Lucas, Renato Chaves, Reginaldo e Marlon (Robinho); Richard, Orejuela (Wendel) e Sornoza; Gustavo Scarpa, Marcos Júnior (Wellington Silva) e Henrique Dourado.

Flamengo: Diego Alves, Pará, Réver (Rhodolfo), Juan e Trauco; Cuéllar, Willian Arão, Éverton Ribeiro, Diego e Éverton (Márcio Araújo); Lucas Paquetá (Felipe Vizeu).

Gol: 1T: Everton aos 27m.

Juiz: Mario Díaz de Vivar (Fifa/Paraguai)

Cartões amarelos: Marcos Júnior, Paquetá, Trauco, Wellington, Renato Chaves e Pará.

Público pagante: 27.014.

Renda: R$ 1.208.050,00.

Local: Maracanã.

Deixe um comentário?