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Bruno Soares: no auge de sua carreira aos 34 anos
23 set

Bruno Soares: no auge de sua carreira aos 34 anos

Dono de três troféus de Grand Slam na temporada, o mineiro Bruno Soares precisou se reinventar para chegar ao melhor momento da carreira aos 34 anos. Com fôlego invejável, o campeão de duplas do US Open no mês passado desembarcou em Belo Horizonte nesta semana e, na próxima quarta-feira, parte para a última etapa do circuito profissional, com torneios na Ásia e o ATP Finals, principal objetivo do mineiro ao lado do britânico Jamie Murray. Em breve passagem pela capital, Bruno falou com o Estado de Minas sobre o título, aprendizado com os Jogos Olímpicos e planos.

MUDANÇAS NO JOGO
Estou jogando meu melhor tênis, sem dúvida. Eu e o Hugo fizemos uma mudança no meu saque e, a cada semana, estou colhendo mais frutos. Quem conhece tênis sabe que mudar golpe é complicado, você leva seis meses, um ano, só para adaptar, tornar isso uma coisa natural. Foram muitas horas de vídeos e acertos antes de começar o ano. Eu mudei meu posicionamento para ter mais rotação de quadril e de ombro e ganhar mais potência. Como eu não salto muito para sacar, passei a focar nesses dois outros aspectos e deu certo. Do meio da temporada pra frente já estava completamente adaptado.

DERROTA NA OLIMPÍADA
Olimpíada é muito intensa. A gente vive aquela expectativa por dois anos, que é quando as pessoas começam a se preocupar, a falar. Por ser em casa, criou pressão, expectativa, ansiedade. Mas Olimpíada é um tiro. Se você acorda mais ou menos, acabou. Fizemos boa campanha. Batemos na trave, ficou aquele gostinho, mas foi uma grande lição. Foi especial vencer o Djokovic e o Nenad Zimonjic, que é um dos maiores da história. Mas, com certeza, levamos essa lição positiva. Tanto que o Marcelo (Melo, tenista mineiro parceiro de Bruno nos Jogos) foi campeão em Cincinatti, na semana seguinte, e eu do US Open.

PREPARAÇÃO FÍSICA
A parte física também foi fundamental. A gente sabia que seria um ano puxado, por causa da Olimpíada. O ano fica muito apertado, com pouco tempo de descanso. O Hugo e o Chris puxaram muito na pré-temporada. E o resultado é isso: cheguei em setembro bem, com fôlego para os últimos dois meses.

IMPRESSÕES
Todo tenista estrangeiro com quem conversei, gostou demais dos Jogos Olímpicos. A gente sabe que nosso país não é perfeito, mas sabemos o quanto o brasileiro gosta do país e de receber. Todo lugar a que eles foram, sentiram essa energia. Isso marcou demais todos os tenistas do circuito.

TÍTULOS EM SLAMS
Foi uma gratificação diferente (em relação aos títulos de duplas mistas, em 2012 e 2014), pois todo mundo sabe que meu foco são as duplas masculinas. Ser campeão nas mistas foi importante por dois motivos: por ser meu primeiro troféu de Slam, em 2012, e por me dar tranquilidade para chegar à Austrália sem peso, em janeiro. Eu conquistei meu primeiro título em duplas masculinas com confiança, sem aquela pressão, porque já havia conquistado título em mistas. O mesmo ocorreu nos Estados Unidos.

DERROTA NA DAVIS
É o glamour do tênis. Em uma semana você ganha um slam e na outra toma porrada na Bélgica (risos). Mas foi mérito total deles. É a beleza do esporte. (Ao lado de Marcelo Melo, Bruno Soares foi surpreendido pela dupla Ruben Bemelmans e Joris de Loore por 3 a 2, o que fez o Brasil cair novamente para o zonal americano.)

OBJETIVOS E METAS
Vencer o ATP Finals se tornou uma meta, tanto minha quanto do Marcelo. Eu já fiz duas semis, o Marcelo foi finalista. Batemos na trave. O Finals é um torneio especial. Você não participa, você tem que se classificar, tem que estar entre os oito melhores, senão não joga. O fato de ser em Londres, vira um espetáculo. É um objetivo, ainda mais jogando com o Jamie, que estará em casa.

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