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Bruno Soares elogia atmosfera olímpica
10 ago

Bruno Soares elogia atmosfera olímpica

O início da vida de Bruno Soares foi longe, bem longe do Brasil. Lá no Iraque, onde sua família foi morar por conta do trabalho de seu pai Malthus, o mineiro começou a dar as primeiras raquetadas e arrastava, pelo piso sem asfalto de sua rua, o que seria seu instrumento de trabalho no futuro. Mas, foi mesmo no seu país natal que as coisas começaram a se desenhar para o que seria o torneio mais inesquecível de sua vida.

Em Belo Horizonte, conheceu Marcelo Melo. Virou amigo, parceiro fora e dentro de quadra. Se tornaram profissionais, jogaram duplas juntos, se separaram, e vieram os títulos. Marcelo foi número 1 do mundo e ganhou Roland Garros. Bruno, campeão do Aberto da Austrália e sempre entre os 10 melhores. Mas nada foi igual a essa Olimpíada, no Rio de Janeiro. Desde o ano passado, os mineiros viraram o foco do Brasil. Esperança de medalha no tênis: algo que não se falava desde Gustavo Kuerten. Eram os favoritos. O país conheceu Bruno Soares e Marcelo Melo e depositou neles uma esperança. Que acabou nas quartas de final, com a derrota para os romenos Florin Mergea e Horia Tecau na terça-feira. Tristeza? Que nada. Bruno colocou essa histórica olímpica acima de sua conquista na Austrália, em janeiro.

– É a crueldade da Olimpíada. Todo mundo está em busca de uma medalha. No Grand Slam, se eu sou eliminado nas quartas de final, fico chateado, mas saio satisfeito pelo grande resultado. Aqui, cair nas quartas, também é um grande resultado, mas o que está valendo, tirando a experiência? Falta algo. Mas nunca vivi o tênis tão intensamente. As experiências, as emoções dentro de quadra, não dá nem para comparar com a conquista que tive no Aberto da Austrália. Vou levar um eterno agradecimento. O que passamos não tem explicação, não tem como descrever, vou contar para os meus filhos. Fizemos tudo que podíamos, nos preparamos bem. O público foi fantástico, nos apoiou em todos os momentos. Até hoje, quando perdemos, cantaram nossos nomes – disse o mineiro, emocionado.

O carinho do público foi tamanho ao longo não só dos últimos dias, mas dos últimos anos, que é claro que sempre vem a dúvida: Soares e Melo voltarão a ser uma dupla no circuito. Sempre evasivo quanto a isso, Bruno não titubeou: a torcida pode esperar os dois novamente em quadra durante toda a temporada em breve, brigando por títulos de Grand Slam. Só resta saber quando…

– Com certeza (pensamos), eventualmente vai acontecer. Vivemos grandes momentos separadamente no circuito, mas sabemos das emoções que vivemos juntos nas quadra, e no futuro vai acontecer (de formar dupla no circuito). Não sei se logo mais, um pouco mais para a frente, mas vai acontecer – sentenciou Bruno.

E, apesar da tristeza com a derrota na Olimpíada, o mineiro de 34 anos garantiu que ainda tem gás para mais uma edição dos Jogos, em Tóquio 2020, quando terá 38. E, claro, que a ideia é jogar com Marcelo Melo. O seu parceiro ainda brincou dizendo que dá para ir mais longe, já pensando para 2024, e lembrou que o canadense Daniel Nestor está na semifinal de duplas no Rio aos 43 anos.

– Tóquio dá demais, sempre tive isso na cabeça. A crueldade da Olimpíada é esperar quatro anos, mas para viver essa emoção, vale a pena. É um objetivo meu, vou ter 38 anos, estou jovem. Vamos para Tóquio, sim. Olimpíada é muito diferente, muito especial. Nada se compara a isso aqui. Será mais uma chance de pegar essa redondinha – cravou.

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